domingo, 21 de novembro de 2010

"Que eu olho e fico surpreso
Uma nuvem carregada
Se sustentar com o peso
E dentro de um bolo dágua
Sair um corisco aceso."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"(...)
 Era uma contemplação
Como com lente que aumenta;
Era o espaço em expansão
E o tempo em câmara lenta.
Era tudo em comunhão
Com o um e tudo à solta;
Era uma outra visão
Das coisas à nossa volta 
(...)
E as coisas aquela vez
Eram qual foram e são,
Só que tínhamos os pés
Um tanto fora do chão."
c.c.
















segunda-feira, 1 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"Jamais poderei renunciar ao sentimento de que aí, encostado à minha cara, entrelaçado nos meus dedos, existe algo como uma deslumbrante explosão em luz, uma irrupção de mim para o outro e do outro em mim, algo infinitamente cristalino que poderia coagular e transformar-se em luz total sem tempo nem espaço."
j.c.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

São os mordomos 
Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas 
Bebem vinho novo
Dançam a ronda 
No pinhal do rei
j.a.













domingo, 19 de setembro de 2010

























  "(...) tão natural que tudo fosse assim
absolutamente anverso ou reverso,
o signo contrário
como possível forma de sobrevivência."
j.c.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


(...) Talvez os governantes da guarda avançada pela qual damos tudo o que somos e temos, (...), talvez os chefes e os homens de ciência acabem saindo ao aberto, tendo acesso à imagem onde tudo está esperando; neste mesmo instante as jovens enguias chegam à bocas dos rios europeus, vão começar o assalto fluvial; talvez já seja noite em Delhi e em Jaipur e as estrelas biquem as rampas do sonho de Jai Singh; os ciclos se fundem, se correspondem vertiginosamente; basta entrar na noite ruiva, aspirar profundamente o ar que é ponte e carícia de vida; será preciso sair lutando pelo imadiato, companheiro(...); mas o aberto continua aí, pulsação de astros e enguias, anel de Moebius de uma figura do mundo onde a conciliação é possível, onde anverso e reverso deixarão de se desgarrar, onde o homem poderá ocupar o seu posto nessa jubilosa dança que alguma vez chamaremos realidade." 
j.c.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010




"O que vive 
incomoda de vida 
o silêncio, o sono, o corpo 
que sonhou cortar-se 
roupas de nuvens. "

j.c.m.n.